AS DIMENSÕES DO AMOR DE CRISTO (Efésios 3.18)

- Introdução

Nesse versículo uma palavra merece especial atenção: compreender, do grego katalambano, que significa apreender, reter; atingir, alcançar. É conhecer não só do ponto de vista da inteligência ou intelectualidade (cérebro, razão), mas da experiência (alma e coração, sentimento).

Trata-se de uma experiência muitas vezes indescritível que por causa de nossa simplicidade não conseguimos explicar ou traduzir em palavras, mesmo tendo um profundo conhecimento dessas realidades espirituais.

Também merece atenção o fato de que esta é uma experiência compartilhada. Não se trata de casos isolados, mas de algo para ser comum, experimentado por inúmeras outras pessoas. Não é uma edição limitada de privilégio, mas algo ligado ao conceito e contexto da igreja, pois seu crescimento, estímulo, amadurecimento e complementaridade vem por meio dessa experiência.

Cada pessoa que compreende faz o corpo de Cristo que é a igreja crescer, pois ninguém que o experimenta consegue viver distante da igreja; a decisão de uma pessoa de entregar a sua vida a Jesus estimula a igreja a continuar anunciando o evangelho de Jesus Cristo; o acréscimo de novas pessoas, cada um com sua experiência de vida, visão e conceitos traz maturidade ao grupo (o faz crescer inclusive convivendo com as diferenças que em algumas circunstâncias provocam atritos, especialmente na democracia); e completa, pelos dons que esses novos recebem, o staff ministerial da igreja.

Mas, Compreender o Quê? As Dimensões do Amor de Cristo.

Em Éfeso estava o templo de Diana, a deusa dos efésios, divindade adorada em toda Ásia Menor. As medidas do templo, um dos maiores edifícios da antiguidade e uma das sete maravilhas do mundo antigo, são impressionantes: 137 metros de comprimento por 67 metros de largura (9179 metros quadrados); o teto apoiava-se em 127 colunas de mais de 18 metros de altura cada uma; e a obra demorou 220 anos para ser concluída.

Os efésios conheciam muito bem medidas amplas. “As admiráveis dimensões desse templo, na opinião de certos, seria uma ilustração apropriada para expressar as dimensões do amor de Cristo.” (O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo -Volume 5, pág. 588).

“Essas palavras são apenas maneiras poéticas de conceber a vastidão do amor de Cristo, que desconhece medidas.” (O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo -Volume 5, pág. 588).

Citando Bernardine à Piconio Champlim (O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo -Volume 5, pág. 588). diz que o amor de Cristo é “Amplo como os limites extremos do mundo habitado, longo como os séculos da eternidade, pelos quais o amor de Deus para com seu povo perdurará, profundo como o abismo da miséria e da ruína de onde ele nos ressuscitou, elevado como o trono de Cristo nos céus, onde ele nos colocou.”

Dentre as várias maneiras de ilustrar a imensidão desse amor gosto da do Pr. Hernandes Dias Lopes, extraída do livro Homens de Oração, que adapto a seguir:

1. Suficientemente largo para englobar toda a humanidade (Ap 5.9,11; 7.9; Cl 3.11)

Gente de todos os povos, nações e tribos. Ninguém está excluído. Para Deus cada ser humano é precioso, precioso demais para que se perca.

Em certa oportunidade Jesus contou três parábolas (Lc 15) todas com uma mesma finalidade: mostrar como somos importantes e preciosos para Deus. Ele falou de uma ovelha e de uma dracma perdida, ambos procurados diligentemente (esforço, atenção, dedicação, desejo de encontrar); falou também sobre a espera ansiosa do pai que ao longe viu seu filho aos farrapos, correu ao seu encontro e o encheu de beijos. Que amor, o de Deus, e que valor Ele atribui a nós!

2. Suficientemente comprido para durar para sempre (Jr 31.3; Ap 13.8; Jo 13.1)

Não está sujeito a mau humor, a intervalos, a mudanças.

3. Suficientemente profundo para alcançar até o mais degradado pecador (Is 53.6,7)

Não há escala de valores quando se trata de pecado, o que mudam são as consequências, mas sabemos que há pessoas más ao extremo. Assassinos, estupradores, etc. Mas ninguém, nem mesmo o mais miserável pecador, o pior dos piores, é inalcançável por esse amor.

4. Suficientemente alto para nos levar ao céu

Não é um arranha céu que se projeta em direção ao céu, mas a própria porta de acesso ao céu.

- Conclusão

Não há lugar (no tempo e no espaço) longe, alto ou profundo demais que o amor de Cristo não atinja. Ele alcança todos, em todos os tempos, em todo lugar e de todo modo que estejam.

O amor de Jesus é amplo demais até para ser compreendido! Ele ultrapassa ou vai além da nossa capacidade humana de compreensão e descrição. São quatro dimensões e nenhuma delas pode ser medida, mas está disponível a quem queira experimentá-lo e em quantidade suficiente para nos suprir nesta vida e por toda a eternidade!

- Obras Consultadas

1. CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Volume 5. São Paulo: Hagnos, 2002.

2. HYBELS, Bill e outros. Cristão Contagiante. São Paulo: Vida, 2001.